segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Europa - É tempo de mudar de rumo!

A cimeira europeia a 27 que ocorreu na passada semana, não passou de uma formalidade com péssimas conclusões que apenas aumentaram a ferocidade dos mercados.

Uma Europa a 27 não pode permitir que todos as decisões sejam tomadas por apenas dois (?) países em vésperas da importante cimeira de todas as decisões. Arrisco-me a dizer que a Cimeira estava morta ainda mesmo antes de ter começado.

O projecto Europeu não é isto, e estes ataques selvagens no Eixo Franco-Alemão às bases do mesmo, apenas acrescentam fragilidade, insegurança e falta de crença numa Europa próspera com base na solidariedade entre os povos.

Repugna-me que 25 países permitam que com o maior dos descaramentos, dois países se reúnam na véspera da cimeira de modo a definir directrizes inegociáveis de aplicabilidade ao resto da Europa. Já se perdeu toda a vergonha...!

Repugna-me que não exista a capacidade de explicar à Alemanha de Merkel e à França de...Merkel, que se a França aceita esta triste figura decorativa em todo o processo Europeu, os outros países não querem nem farão parte deste elenco que acabará por decapitar a União Europeia.

Como europeu não aceito que seja Merkel a liderar os destinos da União Europeia, porque não lhe reconheço legitimidade para tal. Algum Europeu, sem ser os Alemães votou nesta senhora para dirigir os destinos de toda a Europa?! Eu votei para o Parlamento Europeu, sendo essa a Câmara em que me sinto representado. O mais grave de tudo isto é que elegemos um Parlamento Europeu, para não ter voz num momento crucial para a Europa. Com base neste facto considero importante, vital, alterar o organograma de funcionamento do Parlamento Europeu. Quero votar num Governo Europeu, com voz activa e que seja representativo da vontade dos 500milhões de pessoas que habitam na União Europeia.

Quanto às conclusões, deixo claro que sou completamente contra a inscrição do défice na Constituição da medida em que aprisiona os Estados de mecanismo de defesa para fazer face a crises como a que ocorreu em 2008.

Imagine-mo-nos por um momento em 2008. Ocorre a crise do sub-prime (sim porque para regular os mercados nada foi feito), o sistema financeiro está todo ele em risco de contágio incorrendo numa ruptura com repercussões dramáticas em todos os povos e os Estados aprisionados por uma limite constitucional de 0,5% relativamente ao défice. Alguém se questionou perante este cenário?!?! Certamente que não, caso contrário o resultado nunca poderia ser um disparate como este!

Alexandre Lote
(Coordenador da Juventude Socialista de Fornos de Algodres)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O imposto da Interioridade! Portagens na A23, A24 e A25!


8 de Dezembro de 2011 - Introdução de Portagens nas "Auto-Estradas" que ligam o Interior de Portugal (A23, A24 e A25).

Este dia marca um retrocesso civilizacional de décadas para todos os habitantes do Interior. Faço a minha análise a esta medida, com base em critérios como a eficiência e equidade, de modo a comprovar aquilo que todos que por aqui vamos orgulhosamente vivendo sabemos, é completamente desprovida de sentido.

Do ponto de vista da eficiência económica não acredito que o aumento da receita com o pagamento de portagens, seja suficiente para fazer face à despesa inerente à manutenção das inqualificáveis estradas nacionais (as tais alternativas) que temos no nosso território. Alguém estudou por exemplo, em quanto fica a requalificação rodoviária da EN16 de modo a torná-la efectivamente uma alternativa à A25?

Do ponto de vista da eficiência económica não acredito que este aumento de receita seja suficiente para fazer face ao custo da asfixia financeira a que serão sujeitos os empreendedores dos nossos distritos. Tal asfixia, levará naturalmente à diminuição das receitas fiscais, potenciará a falência de muitas empresas, conduzindo por inerência ao aumento das despesas em prestações sociais para fazer face ao aumento do desemprego.

Parece-me portante claro que do ponto de vista da eficiência económica, não tem qualquer justificação!

Do ponto de vista da análise com base na equidade, tal conclusão torna-se ainda mais óbvia.

Estará o Interior dotado de uma rede rodoviária alternativa de qualidade idêntica à de outras zonas no litoral onde as Auto-Estradas são pagas?

Terá atingido o Interior do País um nível de desenvolvimento tal, que torne plausível e justo que as suas populações sejam sujeitas a mais um imposto de interioridade, castrando um dos principais veículos de potencial desenvolvimento de toda uma região?

As respostas são de tal modo óbvio, que carecem de qualquer discussão.

Termino, com a mágoa de um país em contradição, relativamente à percepção das responsabilidades das zonas mais desenvolvidas no desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas de modo a criarmos uma sociedade mais justa e desenvolvida.

Seria bom que, o principio da solidariedade entre os Estados por nós defendida a nível Europeu, fosse um dos pilares do nosso modelo de desenvolvimento social. Se assim fosse, seríamos coerentes, evitávamos decisões erradas como esta e viveríamos todos, num país bem diferente para melhor.

Esta é a minha posição não de conjuntura, mas de sempre, pelo que continuarei na luta contra esta medida tão gravosa para a nossa região e para as nossas populações.

Alexandre Lote